Europa
Ele já fala chinês. Brasileira também. Nosso premiado azeite virgem extra tornou-se um exemplo de destreza multilíngue. E somente porque seus benefícios são reconhecidos por habitantes de outros países que, em vez de vestir suas saladas ou combiná-las com suas receitas, estão interessados em permanecer saudáveis.
Os paladares orientais e brasileiros adoram esta jóia gastronômica e não hesitam em vincular suas origens ao nosso país. Pelo menos essa é a percepção que a OLIVARAMA teve depois de visitar a Exposição Internacional de Azeite da China 2013, em Guangzhou, e a SIAL, no Brasil.
Atualmente, o azeite espanhol é vendido em mais de países 140 dos cinco continentes. Sua fama mundial está aumentando e, nos últimos anos, em mercados emergentes como China e Brasil, tornou-se muito mais forte. Isso é confirmado por vários estudos conduzidos por organismos nacionais, como a Câmara de Comércio Internacional Espanhola (ICEX) ou o Interprofessional del Aceite de Oliva Español, que mostram que esse alimento é muito aclamado pelos consumidores nos dois países, principalmente devido à sua qualidade.
Essa situação decorre de uma obsessão pela saúde que caracteriza o povo chinês e o brasileiro, que priorizam os múltiplos benefícios que oferece ao organismo ao adquirir este produto.
De acordo com as autoridades aduaneiras chinesas, até junho o país asiático havia comprado 10,302 toneladas de azeites espanhóis, o que representa um crescimento de 27.50 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, em 2012. Por sua vez, as importações brasileiras também cresceram 18.84 por cento , para 8,735 toneladas.
Claramente, Made in Spain está triunfando além de nossas fronteiras. As vendas do nosso azeite são mais do que extraordinárias. A Espanha está posicionada entre os principais fornecedores de ouro líquido do mundo e, ainda assim, esta ainda é uma grande incógnita entre a maioria dos habitantes do país.
É por isso que a Olivarama, em sua turnê por várias cidades do mundo, fez uma parada nestes países este ano para divulgar a joia da nossa gastronomia. Em junho passado, visitamos a China International Olive Oil Exhibition 2013, realizada em Guangzhou. No final do mesmo mês, participamos do SIAL Brasil, em São Paulo.
Mais conhecimento, mais consumo
O ESB ( Conselho Oleícola Internacional (COI) prevê que, na campanha de 2012/13, o consumo de azeite possa aumentar para cerca de 10,000 toneladas na China (vigésimo no ranking mundial de consumo de azeite e sétimo maior importador de azeite em termos de volume); e 70,000 toneladas no Brasil (nosso segundo maior cliente no continente americano e nono comprador mundial de azeites nacionais).
Possivelmente, a ferramenta mais eficaz para impulsionar esses números é a promoção. Campanhas promocionais destinadas ao consumidor final que enfatizam a versatilidade deste ingrediente na cozinha, são suas raízes culturais, seu vínculo com o turismo e, é claro, suas propriedades organolépticas que, por fim, aumentam o número de fãs em alturas inesperadas.
Isso é algo que Olivarama sabe tudo, pois, aonde quer que vá, elogia as colheitas espanholas, ou melhor, as virgens extras, que são tão carinhosamente produzidas pelos produtores nacionais. E fizemos isso nos dois cenários mencionados acima.
De enorme prestígio internacional, tanto o evento de Guangzhou como o de São Paula projetam uma imagem muito positiva da evolução futura da Dieta mediterrânea ícone em seus respectivos mercados. É justamente por isso que a Olivarama decidiu se envolver mais profundamente nas duas feiras, com o objetivo de despertar o interesse pelos nossos sucos nacionais junto aos profissionais e consumidores finais.
Dois destinos, um prazer sensorial
Na China, os habitantes da classe média não fazem uso regular do azeite, exceto em casos específicos, embora o percebam como um alimento gourmet, para uso cosmético ou mesmo medicinal. Neste país, a posição de Espanha como primeiro produtor de azeite, os esforços significativos desenvolvidos por empresas e instituições do sector na promoção do produto e a presença dominante do azeite nas prateleiras contribuíram para reforçar a imagem deste prazer sensorial.
Segundo o ICEX, o gigante asiático provavelmente constitui o mercado com maior potencial para o azeite espanhol. Assim é o Brasil que, com uma população de 190 milhões de habitantes e um forte crescimento econômico, se tornou um dos mercados prioritários da Azeites espanhóis.
No país amazônico, as mudanças registradas no gosto do consumidor nos últimos anos, bem como o aumento do poder de compra da população, impulsionaram a compra desse alimento saudável, que sempre esteve presente na dieta brasileira, graças à influência cultural portuguesa.
Ambos os territórios representam claramente importantes oportunidades comerciais para as companhias petrolíferas espanholas que, ameaçadas pela crescente concorrência nacional, constituem "mercados virgens ”ainda a serem explorados. Porque devemos lembrar que, por exemplo, na China, em regiões tão proliferadas como Gansu, Sichuan, Yunnan e Shaanxi, eles já estão cultivando seus próprios olivais.
China
A demanda incipiente é principalmente o resultado de um padrão de vida aumentado entre seus cidadãos, que preferem adquirir alimentos mais saudáveis do que outros que são mais prejudiciais à saúde.
Embora seja verdade que o consumo de azeites vegetais ainda seja significativo, cada vez mais consumidores estão introduzindo azeite em sua dieta diária.
Suas compras se restringem às grandes cidades com poder aquisitivo médio-alto e gostos requintados, aliados a hábitos alimentares com influências ocidentais.
Apesar de seus usos culinários serem mais bem compreendidos, ainda é amplamente desconhecido. No domicílio, este produto não é utilizado para consumo direto (saladas), mas é percebido como um ingrediente necessário para fritar. Os habitantes de Pequim, Cantão e Xangai são os que preferem temperar os seus pratos com ele.
A maioria das vendas é registrada nos canais de supermercados. Também é vendido no canal HORECA ou em lojas gourmet.
Brasil
O fator decisivo nos hábitos de consumo brasileiros é o alto preço e a falta de conhecimento sobre seus usos culinários, uma vez que a maioria os usa apenas para vestir saladas, enquanto poucos o utilizam para cozinhar ou fritar, por exemplo.
Compram azeites suaves, que tendem a ser mais doces, e preferem a cor esverdeada por associarem à qualidade.
A azeitona, virgem e virgem extra categorias são geralmente compradas. Acima de tudo, o uso é limitado aos períodos da Páscoa e do Natal para fazer pratos típicos de bacalhau.
A classe média consome mais litros, especificamente atletas e preocupados com sua saúde, pois associam isso a uma alimentação e estilo de vida saudáveis.
Geograficamente falando, o consumo está concentrado principalmente no sudeste do país, com os principais centros em São Paulo e Rio de Janeiro.
Fonte: ICEX
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