Verde Louro entre a nova geração de produtores de destaque do Brasil

No Rio Grande do Sul, o jovem produtor superou extremos climáticos e conquistou quatro prêmios no World Olive Oil Competition.

Colhendo azeitonas manualmente na pitoresca campagna gaúcha do Brasil (Foto: Verde Louro Azeites)
Por Paolo DeAndreis
29 de janeiro de 2024 19:16 UTC
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Colhendo azeitonas manualmente na pitoresca campagna gaúcha do Brasil (Foto: Verde Louro Azeites)

Na vastidão verdejante do Rio Grande do Sul, Verde Louro Azeites está entre uma nova geração de produtores que colocam Azeites extra virgens brasileiros no mapa.

A empresa evoluiu de uma fazenda incipiente no estado mais ao sul do Brasil para um produtor premiado em menos de dez anos.

Para o Brasil, a olivicultura ainda é algo relativamente novo. Estamos constantemente aprendendo.- Daiana Fuhrmann, proprietária, Verde Louro Azeites

No 2023 NYIOOC World Olive Oil Competition, a Verde Louro Azeites conquistou dois Prémios Ouro e dois Prémios Prata, confirmando a busca de longa data da empresa pela qualidade. "Esses resultados comprovam que estamos no caminho certo e obtendo sucesso em nossos objetivos”, disse a proprietária Daiana Fuhrmann Olive Oil Times.

Fundada em 2009 após a inspiração de Fuhrmann durante viagens à Europa e ao Mediterrâneo, a empresa decidiu produzir produtos de alta qualidade azeite virgem extra provenientes de oliveiras cultivadas no Brasil.

Veja também:Perfis de Produtor

"Naquela época, alguns pequenos produtores começaram a investir”, disse Fuhrmann. "Aliando esta paixão ao sonho de entrar no setor, nasceu a Verde Louro.”

Em 216, a empresa comemorou a primeira produção com 1,500 litros de azeite virgem extra de azeitonas Arbequina, Arbosana e Koroneiki. Desde então, a Verde Louro Azeites cresceu para mais de 100 hectares no sul do Rio Grande do Sul, próximo ao chamado "campanha gaúcha.”

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Daiana Fuhrmann e família nos olivais Verde Louro (Foto: Verde Louro Azeites)

"É uma região caracterizada por um clima subtropical com 386 metros de altitude, com períodos de frio intenso no inverno e [temperaturas] muito quentes no verão”, disse Fuhrmann. "Estas condições têm um forte impacto e exigem operações agrícolas cada vez mais complexas, especialmente nos últimos anos.”

"Em 2022, também tivemos de enfrentar uma grave seca que se estendeu de meados de Novembro a Março de 2023”, acrescentou. “[Durante 2023,] as chuvas começaram em agosto e espera-se que durem até 2024.”

"O maior desafio para nós é o clima, já que o clima impacta diretamente os volumes de produção e os custos gerais de produção”, explicou Fuhrmann.

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As azeitonas são selecionadas antes da moagem para garantir a mais alta qualidade (Foto: Verde Louro Azeites)

O moinho de última geração da empresa, uma instalação de 450 metros quadrados situada entre os olivais, pode transformar até 1,500 quilos de frutas por hora.

“[O lagar] permite reduzir o tempo entre a colheita da azeitona e a moagem, o que torna todo o processo mais rápido”, afirmou.

"Para o Brasil, a olivicultura ainda é algo relativamente novo”, acrescentou Fuhrmann. "Estamos em constante aprendizado e ainda somos muito dependentes de tecnologias importadas pelos tradicionais países produtores.”

A empresa está a trabalhar ativamente na sua resiliência, integrando a criação de animais e vegetais, utilizando ovelhas para controlar a vegetação rival e fertilizar o solo.

Veja também:Os melhores azeites virgens extra do Brasil

A empresa também busca reduzir a necessidade de maquinários por meio da implantação de melhores práticas no pomar, um processo contínuo.

Nessas condições, a fazenda ampliou seus pomares para incluir mais de 25,000 mil árvores com idades entre cinco e 12 anos. Seus bosques hoje incluem Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Frantoio, Picual e Manzanilla.

Tal como outros produtores brasileiros, a Verde Louro aposta no mercado interno, que ainda está mais habituado a comprar azeite importado do que a experimentar o produto local. "O consumidor brasileiro conhece bem o azeite, mas apenas o importado”, disse Fuhrmann.

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Fuhrmann acredita que a qualidade é fundamental para promover o azeite extra virgem brasileiro no cenário mundial. (Foto: Verde Louro Azeites)

Com 85,000 mil toneladas de importações esperadas de azeite na safra 2023/24, o Brasil é o terceiro maior importador, depois dos Estados Unidos e da União Europeia.

Ainda assim, as percepções estão mudando. "Alguns produtores brasileiros começaram recentemente a ser reconhecidos como produtores de azeite virgem extra, com uma produção pequena mas de altíssima qualidade ”, disse Fuhrmann.

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"Os consumidores no Brasil já acompanham este nosso trabalho e manifestam um interesse crescente em azeites premiados, por isso o consumo está se desenvolvendo, com os azeites nacionais ganhando força ”, acrescentou.

O consumo de azeite no país tem aumentado constantemente ao longo das décadas. De acordo com dados do Conselho Oleícola Internacional, consumo de azeite no Brasil aumentou de 13,500 toneladas em 1990/91 para 103,500 toneladas em 2021/22.

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A Verde Louro Azeites possui 100 hectares de pomares na região Sul do Rio Grande do Sul. (Foto: Verde Louro Azeites)

"Todos os dias, a Verde Louro trabalha para mostrar ao consumidor o quão extraordinário é o azeite virgem extra, como é produzido e os impactos benéficos que pode transmitir”, disse Fuhrmann.

"Também [mostramos] o cuidado que temos na produção e fazemos com que percebam as diferenças entre um azeite virgem extra de alta qualidade e um azeite produzido a granel ”, acrescentou.

"Todo esse trabalho está nos compensando com belos resultados”, finalizou Fuhrmann.


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