negócio
Ainda outro uso potencial para resíduos de processamento de azeite foi recentemente patenteado pela empresa MISUR, spin-off da Universidade de Granada, que desenvolveu um substrato para o crescimento de cogumelos com base no produto de resíduos de azeite conhecido como alperujo - ou bagaço.
O produto, obtido a partir de um dos resíduos que sobram da trituração e extração do azeite nos lagares, é comercializado pela empresa como fertilizante em sacos que contêm também cogumelos.
Como substrato para o cultivo de cogumelos, o produto apresenta uma série de vantagens, além de ser uma forma ecologicamente correta de aproveitar as muitas toneladas de resíduos do processo de produção do azeite que são produzidos todos os anos.
Os benefícios do novo substrato são a maior produção em função do alto teor de nitrogênio do alperujo, que atua como nutriente para os cogumelos, bem como a presença de polifenóis que atuam como fungicidas naturais que conferem resistência às infecções fúngicas. Pesquisas na Argentina também apoiaram a técnica, mostrando que a adição de resíduos de azeite de oliva a substratos à base de milho e alho foi benéfica para o crescimento de cogumelos.
O novo produto é uma continuação dos anteriores substratos orgânicos para cultivo de cogumelos produzidos pela MISUR, empresa que tem como foco o aproveitamento de resíduos agrícolas como palha de cereais com reguladores de acidez, nutrientes e sementes de fungos, conhecidos como micélios. A adição do subproduto do azeite de oliva a esses tipos de substratos fornece material extra para os fungos degradarem e usarem como fertilizante para o crescimento.
A empresa espanhola concentra-se atualmente nas variedades de cogumelos comuns e shiitake, este último de alto valor gastronômico na Espanha, apesar de sua origem asiática, e é a primeira empresa a produzir substratos orgânicos para ambas as espécies.
O uso de resíduos de azeite de oliva como substrato para cogumelos já foi visto como uma técnica eficaz para neutralizar o efeito poluente dos resíduos de azeite de oliva produzidos em grandes quantidades em toda a região do Mediterrâneo. No entanto, ele não foi comercializado com sucesso para o crescimento de fungos comestíveis até agora.
Atualmente, os produtos MISUR estão sendo comercializados em toda a região da Andaluzia, no sul da Espanha.
Mais artigos sobre: sustentabilidade, azeite de bagaço de azeitona
Novembro 27, 2023
Produtores por trás de Loco Galbasa alcançam sonho de infância e qualidade de classe mundial
A marca siciliana Loco Galbasa alia a busca pela qualidade e o compromisso com a sustentabilidade ambiental.
Abril 10, 2024
Agricultores protestam contra políticas agrícolas europeias em Madrid
Os manifestantes exigem excepções às regulamentações ambientais europeias que, segundo eles, tornam os seus produtos menos competitivos no mercado global.
Dezembro 11, 2023
Fazenda orgânica em Jaén abre caminho para venda de créditos de carbono
A O.Live gera cerca de 4.5 créditos de carbono por hectare a partir dos seus 1,000 hectares de pomares orgânicos, estabelecendo um modelo para os produtores aumentarem as receitas.
Setembro 6, 2023
A Arte da Permacultura na Itália Central
O conselho de um vizinho amigo inspirou os fundadores da empresa italiana Carma a escolher um caminho sustentável para o sucesso.
Setembro 28, 2023
Irrigação precisa é a chave para a produtividade a longo prazo
Sendo uma cultura resistente à seca, as azeitonas ainda precisam de rega adequada. Os pesquisadores estão otimizando a irrigação para melhorar o rendimento e a qualidade.
Jul. 5, 2023
Pesquisadores na Itália argumentam que a construção de mais reservatórios é insuficiente para combater a crise global de água; soluções devem ser encontradas ao longo do ciclo hidrológico.
Agosto 10, 2023
Asfalto feito com subprodutos do azeite usado para pavimentar uma rodovia na Espanha
As autoridades locais disseram que o asfalto experimental é mais ecológico de fabricar, mais seguro para os trabalhadores e pode gerar novas receitas para os produtores.
Abril 16, 2024
Árvores são menos eficazes no sequestro de carbono em um mundo mais quente e seco, conclui estudo
As altas temperaturas e a falta de água podem causar estresse nas árvores do mundo, fazendo com que emitam dióxido de carbono para a atmosfera em vez de absorvê-lo.